HIPERCOLESTEROLMIA E SUAS FORMAS DE TRATAMENTO

O que é hipercolesterolemia?

Entende-se por hipercolesterolemia quando níveis de colesterol da lipoproteína de baixa densidade (LDL) encontram-se acima de 160 mg/dℓ. Entretanto, seus níveis ideais dependem do risco cardiovascular de cada paciente.

Sua ocorrência, geralmente, se dá por combinações tanto de fatores genéticos como ambientais.

Esse quadro apresenta alta prevalência e se enquadra como um dos principais fatores de risco para doença cardiovascular aterosclerótica. Portanto, seu tratamento é de extrema importância visando reduzir tal risco.

Os dados no Brasil estimam que a prevalência de hipercolesterolemia é epidêmica, atingindo 61,5% dos adultos.

CLASSIFICAÇÃO

A hipercolesterolemia pode ser classificada como primária e secundária. Sendo fundamental identificar sua classificação para assim descartar causas secundárias, podendo reverter a situação.

Primária

Dentre as hipercolesterolemias primárias, destaca-se a familiar, que é uma doença de origem genética. Este quadro é considerado grave, apresentando níveis muito elevados de LDL (acima de 190 mg/dℓ e, habitualmente, muito superior a esse valor).

Assim, ressalta-se o risco muito aumentado de doença arterial coronariana prematura e morte precoce.

Secundária

A hipercolesterolemia secundária é resultado de outras doenças, como o hipotireoidismo, ou até mesmo por uso de determinadas medicações, que podem propiciar mecanismos que desencadeiam essa condição.

SINAIS E SINTOMAS / DIAGNÓSTICO

Dentre os achados clínicos, pode variar de acordo com a gravidade da situação. Em níveis mais críticos pode ser observado a presença de xantomas tendíneos, xantelasmas ou arco corneano.

Tais sintomas podem se correlacionar a diferentes causas. Assim, xantomas tuberosos sugerem dislipidemia mista de base genética, e os xantomas eruptivos caracterizam hipertrigliceridemias graves, por vezes associadas a crises recorrentes de pancreatites.

DIAGNÓSTICO

 O diagnóstico das dislipidemias é realizado com base em dosagem laboratorial de colesterol total e de suas frações, e pode ou não ser realizado com jejum de 12 horas.

No caso da hipercolesterolemia familiar, o diagnóstico clínico pode ser feito baseado em escores. Entretanto, ainda se faz necessário a realização do teste genético.

Em casos confirmados de hipercolesterolemia familiar, é recomendado que seja realizado rastreamento familiar em cascata.

TRATAMENTO

Durante o tratamento é imprescindível que os pacientes adotem melhores hábitos de vida, como:

– Dieta com baixo teor de colesterol e gorduras saturadas;

– Atividade física regular;

– Redução de peso corporal;

– Cessar o tabagismo;

– Controle de fatores de risco (pressão arterial, glicemia e TG);

– Uso de hipolipemiantes (quando necessário).

Mudanças no estilo de vida

A mudança no estilo de vida inclui várias etapas e uma delas é a dieta.  É importante que esta seja com baixo teor de colesterol e gorduras saturadas, ou seja, gordura de origem animal. Além disso, devem evitar os alimentos ricos em gorduras trans.

Dando preferência a gorduras de origem vegetal, como:

– Óleos de canola e girassol;

– Azeite de oliva;

– Oleaginosas.

Outro fator importante é a atividade física.Os exercícios aeróbicos promovem redução dos níveis plasmáticos de triglicerídeos e aumento de HDL, sem interferir no LDL. Portanto, na prática diária de exercícios físicos, deve-se incluir exercícios aeróbicos, como:

– Caminhadas;

– Corridas leves;

– Ciclismo;

– Natação.

Os exercícios devem ser realizados de 3 a 6 vezes por semana, em sessões de duração de 30 a 60 minutos.

Fitosteróis

Fitosteróis é o termo aplicado aos esteroides encontrados exclusivamente em vegetais com estrutura bastante semelhante à do colesterol e que reduzem a absorção de colesterol intestinal através da formação de micelas.

As estatinas, reduzem o LDL em torno de 10%. Recomenda-se aproximadamente 2 g ao dia de fitosteróis junto às refeições.

Recomendações recente sugere que o consumo de alimentos enriquecidos com fitoesteróis é indicado nas seguintes situações:

– Em indivíduos com hipercolesterolemia apresentando risco cardiovascular intermediário ou baixo que não possuem indicação de farmacoterapia;

– Como adjuvante da terapia farmacológica em pacientes com risco cardiovascular elevado e muito elevado que não conseguem alcançar os objetivos de LDL-c com estatinas ou são intolerantes às estatinas;

– Em adultos e crianças com hipercolesterolemia familiar como adjuvante às modificações no estilo de vida e terapia medicamentosa.

Tratamento medicamentoso

Em alguns pacientes é necessário intervenção medicamentosa. Os mais conhecidos são os grupos das estatinas. Além desses existem os fibratos, o ezetimiba, o ácido nicotínico e o ômega 3. 

As recomendações recentes da sociedades europeias e norte-americanas recomendam o uso inicial de estatina em doses adequadas para alcançar níveis desejáveis de LDL.

Vale ressaltar, que tais orientações também fazem parte das recomendações das sociedades brasileiras.

Portanto, é necessário avaliação e acompanhamento com médico especialista. O qual será capaz de traçar a melhor estratégia terapêutica para cada paciente, respeitando sempre suas individualidades. 

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