O que é?
A doença de graves é um distúrbio desenvolvido pelo sistema imunológico na glândula tireoide. É caracterizado pela produção excessiva de hormônios tireoidianos.
Seus sintomas são bem variados e incluem:
– Ansiedade;
– Tremor das mãos;
– Sensibilidade ao calor;
– Perda de peso;
– Olhos inchados;
– Tireóide aumentada.
Essa doença origina-se de forma autoimune e os dados sobre sua prevalência ainda são incertos, entretanto, estima-se que afete 3% das mulheres e 0,5% dos homens ao longo da vida.
Os dados revelam que sua ocorrência é de 5 a 10 vezes maior nas mulheres. Demonstra ainda pico de incidência entre 30 e 60 anos de idade, mas não se limita a essa faixa etária, podendo se manifestar em qualquer idade.
Essa condição tem seu curso com complicações tanto autoimunes quanto decorrentes do excesso de hormônios tireoidianos.
A doença de graves pode estar associada a distúrbios autoimunes endócrinos, como:
– Diabetes melito tipo 1;
– Doença de Addison;
– Ooforite autoimune;
– Deficiência isolada de hormônio adrenocorticotrófico;
– Dentre outros.
Pode ainda estar associadas a distúrbios não endócrinos, como:
– Miastenia gravis;
– Lúpus eritematoso sistêmico;
– Artrite reumatoide;
– Doença de Sjögren;
– Anemia perniciosa;
– Hepatite crônica ativa;
– Vitiligo.
Consequências
O processo autoimune da doença de graves provoca contínua destruição da tireóide, com isso, cerca de 50% dos pacientes desenvolvem hipotireoidismo. Ela ainda representa a etiologia mais comum de hipertireoidismo.
De 10 a 20% dos pacientes apresentam remissão espontânea. Porém, devido a complicações cardiovasculares do hipertireoidismo, como taquiarritmias, insuficiência cardíaca e fenômenos tromboembólicos, a doença deve ser tratada com médico especialista precocemente, a fim de evitar possível fatalidade.
Em alguns pacientes podem não expressar o hipertireoidismo, seja transitoriamente ou não. Isto devido a um equilíbrio entre anticorpos bloqueadores e estimuladores.
FATORES PREDISPONENTES
Outra característica dessa doença é o fato de ser multifatorial e poligênica (hereditariedade). Sua ocorrência se dá através de uma interação complexa entre a suscetibilidade genética e fatores ambientais ou endógenos. Culminando na perda da tolerância imunológica a antígenos da tireoide.
Fatores genéticos
O fator genético ganha notoriedade entre os fatores predisponentes, isto porque, 15% dos pacientes têm um parente próximo com doença de graves. Mostrando assim, a relevância da predisposição familiar, especialmente materna.
Observa-se ainda, maior ocorrência em gêmeos monozigóticos quando comparados a gêmeos dizigóticos.
Achados de estudos com gêmeos relatam que 80% dos casos de doença de graves tiveram importante contribuição de fatores genéticos. Entretanto, ainda são necessárias mais pesquisas acerca do tema.
Fatores ambientais e endógenos
Os fatores ambientais também ganham notoriedade nesse cenário. Sua indução na doença inclui danos à tireóide, que pode se dar por radiação ou por injeção de etanol, com a liberação de antígenos tireoidianos na circulação.
Foi observado ocorrência de doença de graves em:
– Pacientes com linfoma submetidos à radioterapia cervical;
– Crianças e adolescentes vitimados pela explosão de Chernobyl.
Mostrando assim, relação direta com fatores ambientais e endógenos no desenvolvimento da doença.
Ela ainda tem sido associada a utilização terapêutica de interleucina (IL-1 α, IL-2), bem como interferon-α e β, assim como a terapia antirretroviral altamente ativa e outros fármacos, como:
- carbonato de lítio;
- amiodarona;
- alentuzumabe.
Em alguns casos, o desenvolvimento da doença é antecedido por
– Privação;
– Aflição;
– Divórcio;
– Perda de emprego;
– Programas agressivos de perda de peso.
Esses fatores apontam para a participação do estresse no desenvolvimento da doença por meio das vias neuroendócrinas.
Outro fator de risco para a doença de graves é o tabagismo, que aumenta em duas vezes o risco de incidência.
Como discorrido, essa doença pode ter variados fatores de risco assim como sinais e sintomas, que não devem ser negligenciados. Portanto, se faz necessário acompanhamento com um médico especialista, o qual irá avaliar o caso e definir a melhor terapêutica.