O que é?

O bócio nodular tireoidiano, também conhecido como Plummer, é um distúrbio que acomete a tireoide. Onde surgem nódulos com funcionamento autônomo, com atividade independente aos hormônios estimulantes da tireoide. Seu resultado pode ser o hipotireoidismo.  

Na grande parte dos casos são benignos e sua prevalência persiste em áreas com deficiências em iodo.

CLASSIFICAÇÃO

Pode ser classificada como uninodular, também chamado adenoma tóxico (AT) ou multinodular (a depender do aumento de volume e se está concentrado em um nódulo ou mais), ou conforme a funcionalidade do nódulo.

Sua ocorrência está diretamente relacionada ao consumo de iodo, mas não só isso, podendo também se relacionar com a idade.

Provando sua relação com a ingestão de iodo, regiões com quantidades adequadas de iodo, correspondendo a apenas 3 a 10% dos casos de tireotoxicose.

Entretanto, áreas com deficiência de iodo, nódulos autônomos podem representar até 60% dos casos de tireotoxicose.

Vale ressaltar que apesar de tudo essa condição é rara.

Bócio multinodular

Observa- se maior frequência nesta variação. Está associada a presença de nódulos hipo e hiperfuncionantes na mesma glândula. E o resultado final do balanço da atuação de tais nódulos gera o estado funcional da tireoide.

Assim, este estado funcional pode variar entre eutireoidismo (bócio multinodular atóxico), hipertireoidismo subclínico e hipertireoidismo clínico (bócio multinodular tóxico).

Normalmente, pacientes acometidos com bócio multinodular tóxico podem apresentar histórico de bócio multinodular atóxico por muitos anos.

Isto porque, os nódulos que inicialmente eram atóxicos desenvolvem autonomia e passam a produzir hormônios tireoidianos independentemente dos níveis do hormônio tireoestimulante (TSH) ou de anticorpos anti receptor do TSH (TRAb).

Curso da doença 

Em alguns pacientes manifestam-se nódulos autônomos solitários com a função tireoidiana normal. Em casos como esse, evolução para hipertireoidismo clínico, assume como fator determinante principal o tamanho do nódulo.

Esse risco de progressão se intensifica em pacientes idosos, indivíduos que vivem em áreas com baixa ingestão de iodo e na presença de nódulos maiores que 3 cm.

Vale ressaltar que a ingestão de iodo ou medicamentos ricos em iodo, contribuem para precipitar hipertireoidismo nos pacientes eutireoideos (condição na qual os níveis séricos dos hormônios tireoidianos estão baixos).

O bócio multinodular tóxico, em muitos casos se origina a partir de complicações, que se manifestam tardiamente, do bócio multinodular atóxico.

O processo se inicia com um lento e progressivo aumento da glândula tireoide, que leva anos de duração e que, em determinado momento, apresenta áreas de autonomia funcional. Esse processo pode refletir mutação no receptor do TSH.

Sinais e Sintomas 

O quadro clínico de pacientes com bócio uninodular ou multinodular podem apresentar manifestações de sinais e sintomas relacionados ao hipertireoidismo ou ainda, podem estar associados aos sintomas compressivos causados pelo aumento da tireoide.

Na maioria dos casos a gravidade da apresentação clínica está relacionada aos níveis de hormônios tireoidianos.

Indivíduos acometidos por bócio nodular atóxico apresentam sintomas de hipertireoidismo de início gradual, estando associados, na maioria dos casos, a longos períodos de hipertireoidismo subclínico.

Pode-se observar ainda, sintomas secundários a estimulação adrenérgica (taquicardia e ansiedade), sendo relatado em pacientes jovens e/ou com bócio volumoso.

Os sintomas em idosos incluem manifestações cardiopulmonares, como:

– Taquicardia;

– Fibrilação atrial;

– Dispneia;

– Edema.

Tanto a perda de peso como o ganho também são comuns nesses casos.

Existem aqueles pacientes cujo quadro clínico é mais brando, podendo se limitar a fraqueza e astenia. A esses casos é empregado o termo “tireotoxicose apática”.

Ainda pode ocorrer sintomas compressivos, especialmente em pacientes com bócios volumosos e extensão intratorácica. Podem apresentar compressão esofágica e traqueal, bem como problemas estéticos.

Sintomas de compressão traqueal incluem:

– Dispneia;

– Estrido;

– Tosse;

– Sensação de sufocamento.

Sintomas de compressão esofágica são menos comuns e em geral ocorrem em pacientes com bócios mais volumosos e extensão intratorácica.

Pacientes com bócios mergulhantes, onde observa-se invasão da cavidade torácica total ou parcialmente, podem apresentar quadro de compressão da veia cava superior. Sendo relatado:

– Tosse;

– Dispneia;

– Pletora facial.

Como visto, o quadro de Bócio nodular apresenta grande variedade, tanto nos sintomas quanto nas causas, podendo ainda evoluir e agravar o caso do paciente. Portanto, é de suma importância a avaliação e acompanhamento com médico especialista.

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